O Presidente da Associação Catarinense de Imprensa (ACI), Osmar
Ayres Teixeira, considerou positivo o 11º Encontro Nacional das Associações de
Imprensa, realizado em Laguna, no período de 27 a 29 de julho de 2001,
"consideramos, disse ele, que a comemoração dos 170 anos da Imprensa Catarinense em
Laguna alcançou os objetivos de confraternização e atualização profissional.
A ACI destaca como positiva a qualidade do debate entre os palestrantes convidados
Salomão Ribas Junior, Mauro Salles, Marcello Petrelli, Mário Enzio e os profissionais de
imprensa e estudantes de comunicação social que prestigiaram o 11º EnaiI e do 5º Ciclo
de Palestras sobre a Imprensa Brasileira".
Assuntos muito em voga na mídia brasileira foram os temas das conferências e dos
debates. A corrupção Endêmica, título do livro do presidente do Tribunal de Contas do
Estado, Salomão Ribas Jr, foi um dos assuntos mais polêmicos. Mesmo do conhecimento da
maioria da população brasileira, a corrupção é algo que vem preocupando muito. Mas,
na visão do palestrante, que também é jornalista, o assunto só ganha espaço na mídia
quando trata de grandes desvios e, de preferência, quando alguém é preso. O que fica
escondido são os pequenos desvios de verbas que, exatamente por serem pequenos, ocorrem
cotidianamente, sem chamar a atenção de ninguém. "É como fazer um furo no
barril", diz Salomão Ribas Jr. "A água escorre e ninguém se dá conta"
afirma. No Brasil, segundo ele, os pequenos desvios estão sendo responsáveis pelos
maiores prejuízos aos cofres públicos com a mesma intensidade que os grandes desvios
que, invariavelmente, se tornam manchetes de capa. Na platéia, os comentários eram sobre
a capacidade e os meios para informar estes pequenos desvios. Afinal, o endêmico, se não
for combatido, pode se tornar lugar comum. Mas, e talvez resida aí o sucesso dessa
conferência: os veículos de comunicação precisam encontrar meios para, ao mostrar os
furos no barril, chamar a atenção da população. E a vacina, cada uma com sua fórmula,
é transformar o lugar comum em notícia isenta e verdadeira.
O Impacto das Comunicações, conferência de Mauro Salles que antecedeu a do
presidente Salomão Ribas Jr., teria preparado o caminho para a discussão sobre a
corrupção. Mauro Salles, com toda a vivência profissional que o tornou Ministro das
Comunicações, participou do XI Enai com a simplicidade dos tempos em que iniciou sua
carreira no rádio. Sem estrelismos e com muita tranqüilidade, discorreu sobre o
crescimento tecnológico do setor, afirmando que o celular vai ser vendido, dentro de
pouco tempo, até em posto de gasolina. "A Internet está cada vez mais popular, com
mais de 300 milhões de usuários em todo o mundo", disse Mauro Salles, que reafirmou
a importância da informação verdadeira como fonte de busca, ressaltando o poder da
palavra.
A Radiodifusão no Século XXI foi o tema da conferência proferida pelo presidente da
Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acaert), Marcello Petrelli,
que anunciou a disposição do Ministério das Comunicações em investir mais de R$ 167
milhões no setor. Faz parte da política do Governo, disse ele, implantar em todos os
municípios pelo menos uma estação de rádio AM, outra de FM e uma rádio comunitária.
Pela a avaliação de Petrelli, isso triplicaria o número de emissoras no País. A
legalização das rádios comunitárias dominou o debate que se seguiu.
O ciclo de palestra foi encerrado pelo jornalista Mário Enzio, colaborador da Gazeta
Mercantil, com o tema "O Relacionamento da Mídia com as Pequenas e Médias
Empresas". Mário Enzio, com a espontaneidade natural de quem ancora o programa Os
Grandes Nomes da Propaganda, foi categórico ao afirmar que o veículo deve deixar de lado
o pedestal, aquele em que os homens de imprensa imaginam ter nascido, para estreitar a
relação com o mercado. E não deve, disse ele numa entrevista na sala de imprensa, dar
ao anunciante espaço em troca de omissão. "O empresário deve saber que, mesmo
anunciante, não adquiriu um escudo que o defenda de atos e ações que o tornam
notícia". A verdade deve prevalecer sempre, pois somente um veículo isento será
capaz de manter um público fiel e, assim, preservar e conquistar novos clientes",
finalizou ele.
Língua Portuguesa e Amazônia - Durante o XI ENAI, o escritor e Jornalista Vicente
Impaléia Neto apresentou moção defendendo a observância de uma linguagem escorreita,
que permite a preservação da Língua Portuguesa, nos veículos de comunicação. O
presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Fernando Segismundo, alertou para
a ameaça da autonomia brasileira em relação à Amazônia. Ele disse que a ABI recebeu
documentos secretos que tratam do interesse das grandes potências em internacionalizar a
Amazônia "em troca até de nossa dívida externa". E, na opinião dele, pouco
ou quase nada está sendo informado a respeito.
O 11° Enai - Encontro Nacional das
Associações de Imprensa coordenado pela Associação Catarinense de Imprensa e promovido pela
Federação Nacional de Imprensa / Federação das Associações de Imprensa do Brasil
(Fenai/Faibra) contou com os seguintes Patrocínios e Apoio:
ABN Agência Brasileira de Notícias
S/A
A Notícia
Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina
Associação dos Jornais do Interior de Santa Catarina (ADJORI/SC)
Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão
(ACAERT)
Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF)
BBTur
Centrais Elétricas de Santa Catarina S/A (Celesc)
Governo do Estado de Santa Catarina
Jornal de Laguna
Laguna Internacional e Laguna Tourist Hotel (Empresas
Guglielmi)
Prefeitura Municipal de Laguna
Rede Santa Catarina de Comunicação
Santur Santa Catarina Turismo S/A (Órgão Oficial de Turismo)
VARIG